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2º Encontro de Artes Performativas

A liberdade é a persistência do riso de quem aguentá-lo pode sem esgar.


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Collective Le Poeme en Volume 

(workshop para professores | 02 - 15:00/19:00 Ginasiano)

workshop improviser autour / improvising around | 10:00/13:00 Blackbox

Três artistas improvisam uma palestra a partir de um dos conceitos respectivos que utilizam para criar improvisações astutas. A discussão sendo uma activação destes conceitos é uma troca aberta cujo objectivo é.

Residência e partilha Tout le monde est invité | 21:30 Blackbox

Todos estão convidados é uma proposta do CEPI Nouvelle Aquitaine e POEME EN VOLUME.

Todos estão convidados para uma improvisação in situ que inclui música electrónica e acústica, fotografia projectada em tempo real, dança contemporânea e poesia.

Todos estão convidados é um relacionamento aberto com o público a partir de uma série de workshops transversais sobre práticas de improvisação. 


BIO LE POEME EN VOLUME é uma companhia transdisciplinar fundada pelo coreógrafo Gaël Domenger e pelo poeta Donatien Garnier em 2015. CEPI, Centro Europeu de Improvisação, é uma rede internacional composta por músicos e bailarinos fundada em 2014 pelo contrabaixista americano Bare Philips. É hoje presidido pelo improvisador e teórico da música eletrônica, György Kurtág Jr.

No início de 2022, a sucursal da Aquitânia (sudoeste de França) do CEPI e LE POEME EN VOLUME lançaram uma comunidade de prática em torno da noção de Convidar. Trata-se de reunir uma prática de improvisação de dança e música, abrindo-a a disciplinas que raramente lhe estão associadas, como a fotografia, a poesia, a pintura, a arquitectura, a cenografia, a cozinha, a luz…. Implica também, com meios cenográficos simples, investir em espaços não convencionais (apartamento, casa, quiosque, loja, rua, terreno baldio, interstícios múltiplos, roaming, etc.) ou a requalificação de locais destinados a receber o público para, precisamente, envolver o espectador em sua relação com os performers. Uma relação que é trabalhada/explorada antes de cada atuação nas oficinas transversais oferecidas com as ferramentas educativas desenvolvidas em conjunto pelo CEPI e LE POEME EN VOLUME.


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Catarina Real | Apresentação do livro “Cores” | 15:00 Nave Central

Cores é um livro de poemas em torno da cor em movimento, da cor em acção na vida quotidiana, íntima ou social. 

Resulta este livro da atenção à composição, fruto da edução em Pintura, e da atenção ao movimento, fruto da afecção pela dança. 

Os poemas de Cores atentam à composição dinâmica das cores.

De uma perspectiva da pintura, ou do pintor, o fenómeno da cor é o que anima a composição da matéria num enquadramento, o quadro. Deleuze coloca a nota vibrante da matéria nas pinturas de Freud como aquilo que suporta uma lógica da sensação, direcção imediata ao core sensitivo do humano, e que se sustenta perante nós, como um ordenador do sensível. 

De uma perspectiva coreográfica alargada, o movimento não começa nem termina, é a continuidade do uso das pernas no espaço da cidade, nos espaços da casa. A ocupação e delineação da arquitectura para formação ou deformação dos corpos. 

Juntando ambas, pintura coreografada ou coreografia pintada, lê-se a cor como coisa movente, em contínuo reenquadramento e adaptação ao corpo e aos corpos. 


BIO Catarina Real (1992, Barcelos)

Trabalha na intersecção entre a prática artística e a investigação teórica nos campos expandidos da pintura, escrita e coreografia, maioritariamente em projectos colaborativos de longa duração, que se debruçam sobre o questionamento de como podemos viver melhor colectivamente. 

É doutoranda do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho com uma investigação que cruza arte, amor e capital. Mantém uma prática de comentário - nas vertentes de textos de reflexão, textos introdutórios a exposições, entrevistas e moderação de conversas - às obras e processos realizados pelos artistas na sua faixa geracional, com a intenção de contribuir para um ambiente salutar de crítica e criação colectiva e comunitária. É vice-presidente da associação francesa Artistes en Résidence desde 2019 e editora em Edições da Ruína desde 2022.

Apresentou publicamente o seu trabalho em instituições tais como Teatro Municipal do Campo Alegre, Galeria Municipal do Porto, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, etc.; espaços independentes tais como Rua do Sol, Campanice, Graciosa, Laboratório das Artes, Sol Pele, etc.; e galerias como Kubik Gallery, Galeria Madragoa, No.no Gallery e Galeria Graça Brandão. Realizou residências no Espaço do Tempo, Gnration, Appleton Square, Fórum Dança, Artistes en Résidence, etc. Dos projectos mais recentes destacam-se a organização, em colaboração com David Revés, do ciclo de conversas e podcast Amor e Morte com participação de diferentes convidados do cenário cultural português; a residência em Residency Unlimited (US) com bolsa do Atelier Museu Júlio Pomar; a exposição Things I've Seen em duo com Gonçalo Duarte na Flux Factory (US); a exposição-performance "Escorrega na Peruca" no bloco de carnaval Estagiários de Belo Horizonte (BR) e o livro "ISTO" publicado pelas Edições Senhor Teste.


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Joclécio Azevedo | Uma coisa equilibrada entre duas coisas | 15:00 Espaço 1

Experiência híbrida, performance/exercício/conferência/aula individual, um membro do público de cada vez. A duração seria à volta de 20/25 minutos, em sessões contínuas. Cada sessão à volta de 3 horas.


BIO Brasil, 1969. Vive no Porto desde 1990. O seu trabalho tenta articular diferentes papéis que a escrita pode assumir na prática artística, como gesto, matéria ou instrumento de registo da performance. Foi diretor artístico do Núcleo de Experimentação Coreográfica entre 2006 e 2011. É membro da direção plenária da GDA (Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas), desde 2008 e foi membro do Conselho de Curadores da Fundação GDA de 2010 a 2017. Artista residente da Circular Associação Cultural a partir de 2012 e coordenador do programa educativo da associação a partir de 2018. Organizou seminários e participou como formador em diversos programas como o FAICC – Formação avançada em interpretação e criação coreográfica, da Companhia Instável, a Oficina ZERO ou o Balleteatro Escola Profissional. Em 2016 trabalhou como assistente convidado no Curso de Especialização em Performance na FBAUP. Colaborou, de 2016 a 2018, com o grupo Sintoma – Performance, Investigação e Experimentação, orientado por Rita Castro Neves e desenvolvido pelo i2ADS Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Participou em trabalhos de diversos criadores ligados às artes plásticas ou performativas, como por exemplo Miguel Pereira, Isabelle Schad, Joshua Sofaer, Cildo Meireles, Tino Seghal, Peter Bebjak/Juraj Korec, Jean-Marc Heim, Ronit Ziv, Gary Stevens, Simone Forti, André Guedes, E. M. de Melo e Castro, Joana Providência, João Paulo Seara Cardoso, Ana Figueira, José Caldas, Isabel Barros e Né Barros. Frequenta atualmente o doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes, Universidade de Coimbra.


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Henrique Fernandes | concerto WEE - DUST MEMORIES | 17:00 Praça

De forma intermitente, os artistas João ricardo e Henrique Fernandes  durante um período de tempo situado entre 2021/22,  registaram em formato áudio, um conjunto de fontes/materiais sonoros tanto acústicos como eletrônicos, provenientes de fontes eletrónicas em elevado risco de inoperacionalidade e obsolescência, tais como reprodutores de áudio de vários formatos ( leitores de CD, leitores de cassete), rádios, televisores, telemóveis, computadores, lâmpadas , eletrodomésticos variados entre outros...), procurando fontes sonoras que operassem no território do erro e do efémero. 

Nesse sentido e destacando a não alteração ou manipulação sonora das fontes originais, foram compostas uma série de peças sonoras, que deram origem à edição fonográfica de WEEE- DUST MEMORIES, editado pela Sonoscopia no ano de 2023.

Para o 2º Encontro de Artes Performativas, será apresentada em estreia absoluta a performance ao vivo deste projeto.


BIO

HENRIQUE FERNANDES Formado em contrabaixo pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, desenvolve uma actividade paralela à sua formação clássica nas áreas da improvisação e damúsica experimental. Foi um mais dinâmicosimpulsionadores do desenvolvimento da cena portuense a partir da transição do milénio, colaborando e tocando com inúmeros improvisadores e formações como Mécanosphère, StealingOrchestra, Três Tristes Tigres,Estilhaços, John Zorn´s Cobra, Damo Suzuki ou FritzHauser. Nos últimos anos, concentra o seu trabalho na construção de novos instrumentos e na criação de obras sonoras que desenvolve colectivamente com a Sonoscopia, associação da qual é membro fundador e com a qual se apresentou em vários países europeus, da América do sul e nos Emirados Árabes Unidos. Como criador, foca-se no detalhe sónico dos objetos e dos materiais, desenvolvendo obras onde o som é reforçado por uma forte componente visual. Nesta área, destacam-se as peças para todas as infâncias INsono e Futurina, a exploração

luminosa e electromagnética Draper Point ou a imersão subaquática Sublumia.

João Ricardo nasceu no Porto em 1973.

É músico, radialista, repórter ocasional, técnico de som. Em suma, o operador de cabine polivalente (ocp).

Compõe para multi-média e teatro.

A sua prática artística tem sido exibida aquém e além fronteiras, em eventos de menor ou maior dimensão.

Como gosta de proclamar, “tudo é uma questão de frequência”.


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Marina Leonardo | partilha do processo “TUVALU ou o desaparecimento das coisas” | 20:00 Nave Central

A terra estava sem forma e vazia, e a escuridão cobria a face das profundezas. 

Génesis 1:2

TUVALU ou o Desaparecimento das Coisas é um espetáculo teatral sem a presença de atores criado em 2023 e estreado no mesmo ano no Teatro Taborda em Lisboa, uma criação de Marina Leonardo e Nuno M Cardoso, este espetáculo tinha a intenção de ser apresentado apenas uma vez (uma temporada de 6 sessões) e depois "desaparecer".

Esta experiência levava o público a entrar num espaço dedicado à reflexão sobre o mundo em que vivemos, num ambiente intimista e sensorial. Este era conduzido num percurso habitado por vozes que levantavam questões sobre o Tempo, a Existência, a Mudança e a Resiliência.

Eram colocadas questões como: Que responsabilidade tens na subida do nível do mar nos oceanos? O que fazes para alterar isso? Ou, qual foi a última coisa que desapareceu da tua vida? E o que desapareceu completamente em ti?

TUVALU é uma ilha-país, que devido à crise ecológica corre o risco de ser submersa pelas águas oceânicas do Pacífico, a partir deste paraíso perdido, proponho uma reflexão e uma partilha sobre o processo que foi este espetáculo e uma aproximação da visão a um futuro próximo, perdido.


BIO Marina Leonardo (Évora, 1993) artista que trabalha como intérprete em teatro e cinema, encenação, realização e argumento. Frequenta o mestrado de Realização Cinema e TV na Escola Superior Artística do Porto. Licenciada em Teatro pela Universidade de Évora (2014) e em Teatro Físico e Visual pelo Institut del Teatre de Barcelona (2014). Foi uma das representantes do projeto École des Maîtres, dirigido por Angélica Liddell (2019). É cofundadora e codiretora artística do Colectivo Buganvílias, onde iniciou processos de escrita, encena e produz espetáculos cruzando teatro, cinema e escultura. Enquanto criadora explora fronteiras entre imaginação e memória numa prática interdisciplinar abordando temas como pós-humanismo, futuro, segredo e corpo. Realizou o espaço que existe entre uma coisa e outra(2024) uma curta-experimental, com a orientação de Amarante Abramovici e ALÉMkhush (2024) um documentário que acompanha a vida de imigrantes a viver em zonas rurais de Portugal, com foco no Alentejo e região Oeste. Prepara a sua primeira produção de filme ficção, com rodagem no ano de 2025. Como interprete destaca as curtas-metragensTerra Amarela (2018), realizada por Dinis M. Costa, nomeada para melhor curta-metragem nos Prémios Sophia (2019) e com o seu papel Iryna recebeu o prémio de Melhor Elenco nos CinEuphoria Awards - National Competition, tendo participado em festivais em Israel, Alemanha, Estados Unidos da América, Itália e Espanha e Rapariga Projetada (2024) de Francisco Noronha que protagoniza, tendo estado presentes em festivais nacionais como o FEST- Espinho e internacionais na Sérvia e na Arménia. Em televisão refere a série Lugar 54, produzida pela OMAJA Films, tendo realizado um dos episódios e participado nos processos de escrita do argumento. Durante o seu percurso trabalhou como atriz a nível nacional com o Teatro Nacional 21, GATO SA, Companhia João Garcia Miguel, UmColectivo, Nova Companhia, Ana Borralho e João Galante, Nuno M Cardoso, Tiago Vieira, Mónica Calle, Tânia Carvalho, Mário Primo, Cristina Carvalhal, Ana Tamen, Beatriz Batarda, Albano Jerónimo, Ana Vilela da Costa, Martim Pedroso, João Telmo. A nível internacional destaca o trabalho com Angélica Liddell, Lionel Menard, Casa del Silencio, Juan Carlos Agudelo, Desvio Colectivo, Stéphane Lévy, Juanjo Cuesta e Maria Codinach. Trabalhou autores como Pier Paolo Pasolini, Mark Fisher, Eurípides, Rebecca Solnit, William Shakespeare, Bernard-Marie Koltès, Michel Foucault, Henrik Ibsen, Bertolt Brecht, Sarah Kane, August Strindberg, Anton Tchekhov, Heiner Müller, Alfred Jarry, Ruben A, Gil Vicente, Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, José Maria Vieira Mendes e Eduarda Dionísio. Participou em diversos festivais de teatro e cinema, tais como Mirada, SESC em São Paulo, Santos, Brasil; Festival Ibero-americano de Bogotá, Colombia; International Mime Art Festival, Polónia; Festival Internacional de Teatro de Zaragoza, Espanha; Festival Short Theatre em Roma, Itália; Festival Oye Toca a Ver em Tenerife, Espanha; Théâtre La Balsamine em Bruxelas, Bélgica; Comédie de Caen, França; Festival de Cine de Berja, Espanha; New York Portuguese Film Festival, USA; Savana International Film Festival, Itália; Istanbul International Short Film, Turquia; International Humanitarian Film Festival, Weimar, Alemanha; Festival Internacional de Teatro de Ostroleka, Polónia.


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Mariana Tengner Barros | EXCALIBUR - workshop Mariana Tengner Barros | 10:00/13:00 e 15:00/18:00 Nave Central

Fascina-me o modo como as pessoas se representam e mostram nos planos sociais da existência. Intrigam-me as tensões entre “parecer” e “ser” e como podemos viver mais próximos da nossa essência. Penetrar no abismo do mistério, sem medo, reclamando a magia recalcada pelo “contemporâneo”. EXCALIBUR como símbolo do que está oculto e que ressurge agora, nos corpos e suas manifestações oníricas e que se revela na luta contra a hiper-normalização.Este será um laboratório de experimentação criativa, que indaga as possibilidades da dança, do movimento e da performance como prática política de ativação do corpo. Serão investigados modos de atenção e estados de consciência que permitam a reconfiguração dos filtros que usamos para entender a “realidade”. Através da pesquisa de movimento com base na percepção e sensação, conexão corpo-mente e expansão dos sentidos, preparar-se-á outro corpo, articulado, que exprime a linguagem não linear e complexa oriunda da tópica emocional, sensorial e imaginativa, permitindo que a forma apareça através da sensação e da atenção. A prática de liberdade, sem as diversas “programações” a que estamos sujeitos enquanto seres humanos, ao desconstruir e reconstruir as múltiplas imagens que temos de nós próprios, e do mundo, enquanto dançamos. A noção de dança será constantemente posta em causa através da reconfiguração dos padrões de comportamento e identidade. Abarcar-se-á o jogo, o jogar a sério, que é brincar, porque brincar é essencial para a percepção lúcida da realidade, desligada da auto-censura e em sintonia com a curiosidade.  

Irei partilhar inúmeras ferramentas que fui reunindo ao longo do meu percurso, desde práticas de movimento e meditação, a guiões imaginários e diferentes rituais, ferramentas que uso nos meus processos criativos e na vida em geral. Pede-se aos participantes para trazerem roupa e sapatos confortáveis, assim como 3 objectos fetiche (que tenham um especial valor para a pessoa que o traz).EXCALIBUR é dirigido a todas as pessoas que tenham interesse nestas questões, que tenham vontade de explorar diversas formas de expressão. Idade mínima 18 anos.


BIO Coreógrafa, bailarina, performer. O seu trabalho tem sido apresentado em diversos países na Europa e América do Sul, salientando “The Trap” (2011, Vencedor do Prémio do Público Jardin D’Europe, Áustria), “A Power Ballad” (2013) e “Resurrection” (2017) co-criações com o coreógrafo Mark Tompkins e “Instructions for the gods: i4gods” (2017), uma performance contínua de 5 h para museus em colaboração com o músico Pan.demi.CK. Colaborou com vários artistas em diferentes projectos enquanto bailarina, actriz e performer salientando Francisco Camacho, Meg Stuart, John Romão, Ballet Contemporâneo do Norte, Diana Niepce, Elizabete Francisca, Nuno Miguel, António Mv, Jonny Kadaver, Mee_K, Agnieszka Dmochowska, Raquel Castro, Retina Dance Company, Rafael Alvarez e Filipa Francisco.

Licenciada em dança pela Northern School of Contemporary Dance em Leeds, Inglaterra (2003). Estagiou no Ballet Theatre Munich, sob a direção artística de Philip Taylor em Munique (2004). Membro fundador do coletivo artístico The Resistance Movement em Leeds (2005). Completou o Programa de Estudo e Criação Coreográfica-PEPCC no Fórum Dança em Lisboa (2009). Foi artista associada da EIRA entre 2013 e 2016. É diretora artística d’A BELA Associação. Integra a banda Kundalini XS e o projecto musical performativo Digital Pimp Hard at Work, ambos editados pela Gruta. Em 2016 recebeu o Galardão de Mérito Municipal Cultural pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão pelo seu percurso profissional. Concilia o seu trabalho como criadora com o de formadora em diferentes contextos de oficinas e aulas para profissionais e não profissionais e trabalho de ação social, salientando o projecto continuado multidisciplinar A Floresta Invisível, focado na defesa das árvores anciãs e na promoção da consciência ambiental


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Joclécio Azevedo | Uma coisa equilibrada entre duas coisas | 15:00 Espaço 1

Experiência híbrida, performance/exercício/conferência/aula individual, um membro do público de cada vez. A duração seria à volta de 20/25 minutos, em sessões contínuas. Cada sessão à volta de 3 horas.


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Miguel Pereira | 61 minutos | 21:30 Blackbox

BIO Miguel Pereira frequentou a Escola de Dança do Conservatório Nacional e a Escola Superior de Dança, em Lisboa. Foi bolseiro em Paris (Théâtre Contemporain de la Danse) e em Nova Iorque com uma bolsa do Ministério da Cultura. Como intérprete trabalhou, entre outros, com Filipa Francisco, Francisco Camacho e Vera Mantero. Participou na peça e no filme “António, Um Rapaz De Lisboa” de Jorge Silva Melo, trabalhou com Jérôme Bel em “Shirtologia (Miguel)” (1997) e foi intérprete em “LesInconsolés” de Alain Buffard, na remontagem da peça em 2017. Como criador destaca os trabalhos “Antonio Miguel”, peça com a qual recebeu o Prémio Revelação José Ribeiro da Fonte do Ministério da Cultura e uma menção honrosa do prémio Acarte/Maria Madalena Azeredo Perdigão (2000), “Notas Para Um Espectáculo Invisível” (2001), Data/Local (2002), “Corpo de Baile” (2005), “Karima meets Lisboa meets Miguel meetsCairo”, uma colaboração com a coreógrafa egípcia KarimaMansour (2006), “Doo” (2008), “Antonio e Miguel”, uma nova colaboração com Antonio Tagliarini (2010), “Op. 49” (2012), “WILDE” (2013) uma colaboração com a mala voadora, “Repertório para Cadeiras, Figurinos e Figurantes” (2015) para o Ballet Contemporâneo do Norte, “Peça para Negócio” e “Peça feliz” (2017), “Era um peito só cheio de promessas” (2019), “Falsos Amigos” (2021) em colaboração com Guillem Mont de Palol, e “Miquelina e Miguel” (2022) a partir da relação entre Miguel e a sua mãe, de 87 anos diagnosticada com demência. Em 2003, 2007 e 2015 criou para o repertório da Transitions Dance Company/Laban Centre as peças “Transitions”, “Transitions II” e “Transitions III” que integraram a tournée nacional e internacional da companhia (2003/2004, 2007/2008 e 2014/2015). No ano de 2003 foi alvo de uma mini-retrospectiva nas Caldas da Rainha, integrada no ciclo “Mapas” organizado pela Transforma-AC em colaboração com a ESTGAD. O seu trabalho tem sido apresentado em toda a Europa, Brasil, Uruguai e Chile, e é professor convidado em diferentes estruturas nacionais e internacionais. Desde 2000, convidado por Vera Mantero, é artista associado da estrutura O Rumo do Fumo.


\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\DIA 6

Carminda Soares e Maria R. Soares | Laboratório relacionado com o projeto Bright Horses | 10:00/13:00 Nave Central

“Bright Horses - do gesto ao significado” é um laboratório dirigido por Carminda Soares e Maria R Soares que promove um conjunto de práticas de desconstrução e ressignificação dos conceitos de família, afeto e competição, promovendo a pesquisa e a experimentação. Utilizando práticas de toque, movimento, voz e diálogo, mergulharemos em territórios que ilustram a complexidade das relações familiares como microcosmos de dinâmicas sociais mais amplas, evocando a disputa, a agressão, o luto, a despedida e o afeto. Este laboratório é uma forma de partilhar os métodos criativos utilizados no processo de criação de “Bright Horses”, o próximo projeto autoral de Carminda Soares e Maria R Soares, com estreia prevista para 2025.


BIO ​​

Carminda Soares é artista multidisciplinar com trabalho nas áreas da dança, performance e escrita. O seu trabalho caracteriza-se por uma procura por novos dispositivos coreográficos e textuais, trabalhando sobre estados de intimidade, resistência e agressão. Os seus projetos tem sido apresentados em diferentes contextos artísticos, dos quais destaca: “Simulacro” (2022) em colaboração com Margarida Montenÿ; “Light On Light” (2022); e “It’s a long yesterday” (2021) em colaboração com Maria R Soares.

Foi convidada a criar "Desfazer- monólogo para um museu" (2023) uma instalação performativa com texto de André Tecedeiro, inserido no projeto pla.tô e no programa performativo De Corpo Presente; e a criar junto com Lígia Soares e Nuno dos Reis "Em Outubro já não estou cá" (2024) espetáculo final do curso de formação teatral do GrETUA.

A par do desenvolvimento das suas criações, tem vindo a colaborar como intérprete com diferentes artistas nacionais e internacionais, entre os quais: Catarina Miranda, Lisa Freeman, Ao Cabo Teatro, Paulo Brandão, Ballet Contemporâneo do Norte, Victor Hugo Pontes, Marianela Boán, Lara Russo e Gonçalo Lamas.

Maria R Soares é coreógrafa e performer. O seu trabalho é essencialmente focado na criação de novos dispositivos que interseccionam coreografia, performance e sonoridade, ativados por dinâmicas de conflito, dissonância, intimidade e afeto. Como coreógrafa, destaca VOID VOID VOID (2023), em colaboração com Antonio Marotta, e It's a long yesterday(2021), em colaboração com Carminda Soares.

Assumiu ainda a direção coreográfica dos projetos colaborativos O meu Velho diz que morre (2022) a convite do Grupo Folclórico da Corredoura e da Sociedade Musical de Guimarães; e O Rodopio (2024) a convite da Outra Voz.

Como intérprete, tem trabalhado com Lisa Freeman, Catarina Miranda, Paulo Brandão, Júlio Cerdeira, Victor Hugo Pontes, Sarah Friedland, Marianela Boán e também com Jorge Gonçalves, Joclécio Azevedo, Miguel Pereira e Mariana Tengner Barros para a companhia Ballet Contemporâneo do Norte.

Foi vencedora da bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura em 2024. E foi artista associada do Visões Úteis no biénio 2019/2020.


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Margarida Monteny | Partilha da pesquisa Boca de Sino | 14:00 Praça

BIO Margarida Montenÿ trabalha na área do circo e das artes performativas. Destaca o projeto Por um Fio com Daniel Seabra para a Companhia Erva Daninha, e Ordessa, uma coleção de improvisos com Pedro Branco. Trabalhou profissionalmente com Miguel Pereira, Cláudia Nóvoa, Liliana Garcia, Teatro Musgo, Circo Caótico, Grandpa’s Lab, entre outros. Formou-se na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo - Chapitô e na Salto - International Circus School.


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ASTA | ad murmuratio | 19:00 Praça

ad murmuratio - do latim, rumor surdo de muitas vozes - trata-se de uma performance/instalação urbana construída para ser apresentada na rua, em praças ou avenidas, miradouros, jardins, inserida em espaços arquitectónicos diferenciados. Pode também ser apresentado dentro de teatros, edifícios emblemáticos, castelos, igrejas, museus.... 

ad murmuratio conta um poema ou um texto aos transeuntes ou ao público de um festival. Não é declamação nem recitação. É um dizer íntimo, ao ouvido. Quase como um murmúrio, são sussurradas aos ouvidos das pessoas as palavras imortalizadas pela poetisa Florbela Espanca.

ad murmuratio recupera a tradição de falar próximo do outro, junto do outro e para o outro. E, num repente, e por acaso, ao passar numa rua, numa praça, ao entrar num edifício, numa igreja... somos desafiados por um desconhecido a sentar-nos numa cadeira para escutar e... sentir!

ad murmuratio é como um ritual em vias de extinção! Em que ocasiões sussurramos ou falamos ao ouvido do outro?! Quando nos confessamos, quando queremos contar um segredo, quando fazemos juras de amor...

Em ad murmuratio cada apresentação é única e individualizada, pois a relação que se estabelece entre emissor e receptor é irrepetível, tornando o espetáculo pessoal, permitindo-nos chegar ao mais íntimo de cada um.


BIO A ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes, foi fundada em 2000. A sua identidade está assente numa cultura transdisciplinar, que tem por base o teatro. Desde a sua origem procuramos a originalidade e a diferença, numa constante procura de novos métodos e linguagens, seja reinventando clássicos ou criando a partir do espaço vazio. O seu trabalho é bastante diversificado, centrando-se em cinco eixos principais: Criações; Festivais/Programação; Circulação; Serviço Educativo e Projetos de Investigação.


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Ana Dinger | Margarida de Abreu Uma Aproximação | 21:30 Blackbox

Esta apresentação inclui uma mostra de algumas peças do acervo do Museu Nacional do Teatro e da Dança e de materiais provindos do arquivo pessoal/familiar de Margarida de Abreu e uma conversa assente nessa mostra.

Margarida de Abreu (1915-2006) é uma figura incontornável na história e estórias da dança como prática artística em Portugal, destacando-se a sua enorme influência no campo do ensino e pedagogia (mais de sessenta anos de carreira), e a sua tenaz ação no sentido de fazer existir uma companhia (nacional) de bailado distanciada do folclorismo que atribuía ao Grupo de Bailados Verde Gaio. Em 1944, apenas quatro anos após a criação dessa companhia estatal, única no país, Margarida de Abreu funda o Círculo de Iniciação Coreográfica (CIC). Plataforma de ensaio das premissas do seu Manifesto, publicado em 1946, o CIC constitui um marco na intersecção de dimensões como produção coreográfica, divulgação, formação e profissionalização da dança no contexto nacional. As circunstâncias mudam em 1960, quando, contando com mais de quinze anos de sustentação do CIC, Margarida de Abreu aceita o convite para codirigir, com Fernando Lima, o grupo Verde Gaio, com uma proposta de reformulação do repertório. Ainda que apenas alguns traços de uma trajetória maior, estes serão os mais focados na apresentação.

Uma significativa constelação de índices deste percurso – programas, fotografias, cartazes, recortes de imprensa, correspondência, contabilidade etc. – corresponde ao arquivo pessoal/familiar de Margarida de Abreu, que este projeto propõe inventariar, digitalizar e estudar.

Esta partilha pública, inaugural, contempla três planos: a descrição do processo de investigação até à data; uma abordagem à trajetória de Margarida de Abreu ancorada numa seleção de materiais do seu espólio e do acervo do MNTD; uma (meta)reflexão acerca das tensões, vicissitudes e potências da relação entre arquivo e performatividade.

Como o título indica, é uma primeira aproximação, fase inicial de uma pesquisa mais demorada e exaustiva; é uma aproximação, porque opera já um encurtamento da distância que resulta da falta de circulação e difícil acesso a informação/rastos; é, ainda, uma aproximação, porque, como qualquer outra investigação, se desenrola com um conjunto de condições, nomeadamente a agência (apetências, inclinações e limites) de quem a faz, uma abordagem entre outras possíveis.


BIO Artista-investigadora, com formação em artes visuais e dança. Desde 2008, após licenciatura em Escultura (FBAUL), durante pós-graduação em Arte Contemporânea (UCP) e como doutoranda em Estudos de Cultura (UCP), debruça-se sobre a multimodalidade dos modos de continuação de trabalhos performativos. Bolseira inov-art, estagia no Institute for Cultural Heritage entre 2009 e 2010, integrando as discussões do grupo New Strategies for Conservation in Contemporary Art. Desde então, nos contextos académico e artístico, desenvolve investigação orientada para o questionamento ontológico e epistemológico do arquivo e para a frequentação crítica de histórias e memórias, (re)articulando noções como espectralidade, hospitalidade, corpo-arquivo e arquivo-corpo. Desde 2011, escreve e publica textos de análise a manifestações artísticas, destacando O que resta, capítulo de O Céu de Anne Teresa de Keermaeker é em Lisboa (2012) e Ghosting; or a Way of Continuing for Performance-Based Works (2020), artigo publicado em coletânea pelo Museo Reina Sofia. Salienta ainda a organização de eventos híbridos como Exposing Exhibition (2011) e Archiving Performance (2019). Colabora com projetos de programação, investigação, criação e experimentação artísticas, entre os quais: AND Lab (desde 2015), Para Uma Timeline a Haver: genealogias da dança como prática artística em Portugal (desde 2019), Es.Col.Az (desde 2021) e Assembleia Ordinária (desde 2021). Da pesquisa para a Timeline resulta (desde 2020) um projeto individual de estudo e divulgação do arquivo familiar de Margarida de Abreu. De longevidade é a colaboração com o AND_Lab: parte da equipa nuclear, tem trabalhado no acompanhamento de oficinas e cursos; no burilamento de conceitos; no desenho de projetos (como “Do Irreparável: o que pode uma ética de reparação?”); em publicações (como a Caixa-Livro AND); na tradução de conteúdos para inglês; na elaboração de eventos e artefactos (como a co-criação, com Fernanda Eugenio, da série Metálogos).


\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\DIA 7

Filipa Duarte | Apresentação work in progress D1V3R: uma possível partitura para não esquecer de pensar. | 15:00 Blackbox

D1V3R: uma possível partitura para não esquecer de pensar., a nova criação de Filipa Duarte vem-nos propor um espaço liminar onde as repetições e os rituais são forma e conteúdo. Através de questões como: “Que possibilidades?”; “E se precisasses de 15 dias?”; “Ser a referência de si próprio?”; “O que estás disposta a deixar para ir embora?” e “Uma coisa que não fizeste, mas que querias fazer?” deixam um lastro na géstica da intérprete que nos convidam a refletir sobre questões de saúde mental no geral e do PHDA (Perturbação Hiperativa e Défice de Atenção) em particular, sobretudo no que concerne ao processo criativo e às questões associadas ao espectro do autismo. 

Tocar no fantasma, mexer na ferida, falar do que nos é desconfortável. Procurar sentidos e novas formas de conviver. Usar o corpo, usar a palavra, demonstrar, mascarar e fazer. Ter um quotidiano marcado por pequenos rituais que se vão repetindo. Até ao próximo hiperfoco. Até ao próximo interesse. Até uma próxima criação. 

Neste espaço de reflexão e repetição procuramos mais perguntas que nos vão alimentando o processo, sem nunca exigir uma resposta, mas sim abrindo possibilidades de novos olhares e novas potencialidades na forma como a neurodivergência é entendida nas artes performativas.


BIO Formada como Intérprete de Dança Contemporânea na Balleteatro Escola Profissional, Porto (2012-2015), participou também na Formação Avançada em Interpretação e Criação Coreográfica na Companhia Instável, Porto (2016), e frequentou um semestre na Escola Dansarte, Patras, Grécia (2017). Concluiu o Programa Avançado de Criação em Artes Performativas 3, com curadoria de Vânia Rovisco, no Fórum Dança, Lisboa (2019), e, mais recentemente, ingressou no Curso Profissional de Produção Cultural do Instituto de Produção Cultural e Imagem, Porto (2021-2022).

Estagiou na Companhia de Dança Quorum Ballet (2016) e recebeu bolsas de estudo em diversos eventos e formações, sendo aluna bolseira no Estúdio B (2012-2015), nas duas edições do Symposium de Práticas Artísticas e na Escola Dansarte (2017), na Formação Ecos do Futuro do Balleteatro Contemporâneo do Porto (2018) e na Escola de Verão do Festival Materiais Diversos (2019).

Enquanto bailarina destaca "Mysterium Coninctionis" (2018) de Joana von Mayer Trindade, "O Melhor do Mundo", "Iniciação" (2021) “Alba” (2023) para o Ballet Contemporâneo do Norte, "A Viagem do Rei” filme de Roger Mor e João Pedro Moreira, "O meu primeiro Corpo" (2022), uma criação da Estrutura, em coprodução com o Ballet Contemporâneo do Norte. Em 2022 desempenhou o papel de produtora e artista convidada no RE=INICIAR Encontro de Artes Performativas do Ballet Contemporâneo do Norte.

Como intérprete e criadora, destaca "Sahasrara-Lótus de Mil Pétalas" (2016), "Ophelia-Machine" (2019), "Bleak" (2021), e as co-criaçãoes "Não Vamos Mudar Nada (título momentâneo)" (2021), com Guilherme Barroso, e "Ensaio para o Eclipse Emocional" (2022), com Diogo M. Santos.Além de sua carreira artística, Filipa dedica-se à produção cultural desde 2016, colaborando com estruturas como Circular-Festival de Artes Performativas e Ballet Contemporâneo do Norte.

No que toca ao ensino artístico, iniciou o seu percurso no Espaço T no atelier de dança inclusiva, com o qual estreia uma peça anualmente no Corpo Evento - ciclo de espetáculos em teatro e dança. Atualmente, leciona técnica de dança contemporânea, ballet clássico, e sessões de improvisação e criação em diversas academias e instituições.


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Henrique Furtado Vieira | Morrer Pelos Passarinhos | 17:00 Praça

Morrer Pelos Passarinhos visa encontrar formas de partilhar significativamente com o público o fim de um mundo conforme o fomos conhecendo e de lembrar a força de que em coletivo se pode expressar o não sentido, o ser humano dissecado pela desordem do mundo, expresso no seu luto, contrariando a naturalidade com que aceitamos a sua degeneração. Uma coleção de rituais fúnebres que nos possam confrontar com o vazio, com o medo, com a desumanização, mas principalmente uns com os outros.

A coleção de performances Morrer pelos Passarinhos será apresentada na 6ª edição da MAPS - Mostra de Artes Performativas de Setúbal no dia 13 de julho, n’A Gráfica - Centro de Criação Artística.

As performances variam em forma, disciplina, dimensão e espaço, perseguindo a identidade coletiva do “público”, procurando ativá-la e tornando-a indispensável, reivindicativa da sua relação com um espaço que lhe foi sempre principalmente dedicado: o espaço de cena.


BIO Formado em engenharia de energia e meio ambiente, atualmente bailarino, performer e coreógrafo, Henrique Furtado Vieira vive em Lisboa. Efectuou a sua formação artística em várias instituições francesas (INSA de Lyon, Extensions – CDC de Toulouse, Prototype II e Dialogues III – Abadia de Royaumont).

Desenvolve a sua prática artística principalmente entre a criação coreográfica e a colaboração como intérprete com vários artistas tais como Bleuène Madelaine, Eric Languet, Aurélien Richard, Céline Cartillier, Tino Sehgal, Salomé Lamas, André Uerba, Sofia Dias & Vítor Roriz, Ana Renata Polónia, Vera Mantero, Boris Charmatz e Tania Soubry. Pontualmente dedica-se à investigação, à pedagogia e à escrita em relação com a dança, em diferentes contextos e através de múltiplas parcerias (O Rumo do Fumo, Unlock Dancing Plaza, Ballet Contemporâneo do Norte, festival END, Comédias do Minho...), e mais recentemente tem estado envolvido como dramaturgista nas coreografias de Nicolas Hubert (Compagnie Épiderme) e de Giulia Arduca (Compagnie Ke Kosa).

Os seus trabalhos são frequentemente criados em sinergia com outros artistas como em Bibi Ha Bibi, com Aloun Marchal, ou em Stand still you ever-moving spheres of heaven, com Chiara Taviani.

Nos seus espectáculos / performances destaca-se a sobreposição de estilos e de géneros, a presença vocal na dança e o(s) espaço(s) da imaginação.

Tem colaborado e apresentado o seu trabalho em instituições como Aerowaves, CDC Toulouse, Festival Roma Europa, Teatro Municipal do Porto, Festival Temps d’Image, Espaço do Tempo, CCB, entre outros.


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Fernando Mota | Concerto para uma árvore | 19:00 Praça

Concerto para uma Árvore marca o início de um ciclo de criações no qual têm sido desenvolvidos objectos de naturezas diversas, como o filme 7 Poemas para um Mundo Novo, o espectáculo multidisciplinar Passagem Secreta ou o livro-cd Instrumentária Poética, que deu o nome a esta fase criativa. Este ciclo caracteriza-se pelo desenvolvimento de instrumentos musicais experimentais e objectos sonoros a partir de árvores, ramos, rochas e outros elementos naturais e por uma pesquisa musical, visual e temática a partir destas matérias.

Em Concerto para uma Árvore Fernando Mota utiliza alguns destes instrumentos musicais para criar um espectáculo ritualista e exploratório que tem sido apresentado nos mais diversos espaços. Além da birdCAGE e da Ramira, grande parte do Concerto centra-se no instrumento criado a partir de um carvalho, recolhido numa limpeza de terrenos na Serra de Montemuro no início de 2020, no qual foram esticadas cordas entre os ramos e pendurados sinos no lugar de folhas.

Concerto para uma Árvore é decididamente o espectáculo de Fernando Mota mais versátil em

termos de público ou espaço, tendo sido apresentado nas mais diversas circunstâncias desde um dos auditórios da Gulbenkian até à igreja de Cem Soldos (Festival Bons Sons), passando por

teatros, praças, galerias, claustros e bosques escondidos.


BIO No seu percurso tem vindo a desenvolver uma linguagem multidisciplinar, juntando a música, o teatro, as artes visuais e a poesia na criação de objectos de naturezas diversas como espectáculos, instalações, filmes e edições várias. O seu universo resulta do cruzamento de diversas linguagens, geografias e ferramentas bem como da constante exploração sonora e da construção de instrumentos experimentais e objetos sonoros a partir de materiais diversos.

Compõe regularmente música para teatro, dança e cinema de animação, tendo colaborado com

diversos diretores, companhias e produtoras. No início de 2020 começou um ciclo de criações à volta de instrumentos musicais e objectos sonoros construídos a partir de árvores, pedras e outros elementos naturais. O primeiro dos objectos a ser criado foi o Concerto para uma Árvore, seguido por 7 Poemas para um Mundo Novo, um conjunto de sete curtas metragens que dirigiu com o realizador Mário Melo Costa, a partir de textos inéditos de Andreia C. Faria, António Barahona, Joana Bértholo, José Luís Peixoto, Marcos Foz e Vasco Gato e um poema de Mário Cesariny, inspirados na pandemia e no Mundo que virá a seguir. Em 2021 estreou o espectáculo multidisciplinar Passagem Secreta, com texto de Vasco Gato e videos de Mário Melo Costa, a partir da pesquisa acerca do sistema de comunicação das árvores através das raízes e dos conceitos de pertença e comunidade.

E em 2023 dirigiu do Princípio do Mundo, um projecto criado em sete residências artísticas em

diferentes regiões de Portugal, que cruza a música e a pesquisa sonora com as artes visuais,

resultando num concerto, numa instalação audio-visual e num passeio sonoro em cada um dos sete locais. Cada um dos objectos será desenvolvido a partir da pesquisa dos elementos naturais de cada local, segundo o método de composição Sursum Corda, inspirado pela teoria pitagórica da Harmonia das Esferas e pela expressão Nada Brahma, dos Vedas indianos, que pode ser traduzida por traduzida por "o Mundo é Som”.

Neste momento encontra-se a desenvolver na Fundação Serralves o projecto CORPO | uma

topografia sonora, uma instalação sonora interactiva criada a partir de materiais recolhidos no

Parque de Serralves


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Colectivo Suspeito | Ultrassom | 21:30 Blackbox

Ultrassom é um projecto de cruzamento disciplinar entre dança, música e artes visuais. Surge da colaboração entre o Colectivo Suspeito, Maria R. Soares e Ricardo Nogueira Fernandes.

Diversos animais utilizam as frequências ultrassónicascomo forma de navegação, detectando rotas, alimentos e perigos vários. Com base nessa observação, também os humanos desenvolveram as suas próprias fórmulas de mapeamento e navegação espacial a partir deste tipo de sons. 

A mesma matéria sonora serve como forma de mapear-nos a nós mesmos, ser biológico, percorrendo e visualizando o nosso corpo interior, ao converter ondas sonoras em imagem em tempo real, através de um eco que procura, analisa, diagnostica e até trata. 

Esta relação directa entre vibração sonora e imagem, através de uma interacção entre corpo biológico e tecnológico, e, mediada por estímulos eléctricos, será a base desta criação, trabalhada e mostrada neste encontro enquanto processo de trabalho aberto.


BIO

Suspeito é um colectivo artístico formado pelo designer e engenheiro João Dias-Oliveira e pelos arquitectos Nuno Mota e Rossana Ribeiro.

A sua produção surge principalmente sobre a forma da instalação e da cenografia, imbuída de uma carga muitas vezes performática. O colectivo pretende assumir-se como uma prática artística que trabalha as relações de interdependência entre obra, receptor e espaço, podendo o enfoque do trabalho cair mais sobre uns ou outros. 

Maria R. Soares, bailarina e coreógrafa que trabalha na criação de novos dispositivos que interseccionam coreografia, performance e sonoridade, ativados por dinâmicas de conflito, dissonância, intimidade e afeto. 

Ricardo Nogueira Fernandes, nascido no Porto, a par do trabalho de arquitectura e desenho, desenvolve um percurso musical que procura a relação entre som, espaço e corpo.


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Vinicius Massucato | окрошка: okroshka | 22:30 Blackbox

Viveremos em uma sociedade de perigos, com, de um lado, aqueles que estão em perigo, e de outro, aqueles que são perigosos.  Os atos de prazer se converterão no ponto central no exame de um sujeito. A partir do surgimento das aborrecidas madrugadas da burguesia vitoriana, a sexualidade é encerrada. Retira-se para dentro dos aposentos dos pais. A família a sequestra. Os gemidos se calam, o sexo emudece. Tudo que for considerado anormal ou insuportável será punido. Faz-se a lei da obediência, e através da lei se trespassa o corpo, pela confissão da carne. Rezemos, assim, a missa da nossa sexualidade.


BIO Vinicius Massucato (São Paulo - Brasil, 33 anos, ator). Começou no teatro sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Trabalhou com diversos artistas de destaque na cena contemporânea das artes visuais brasileira como Erika Verzutti e Leda Catunda. Colaborou com artistas portugueses e internacionais como Angélica Liddell. É estudante de Filosofia, vive e trabalha em Portugal desde 2016.


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